FÓRUM DE LISBOA

Agenda comum pode resolver problemas do semipresidencialismo forçado no Brasil

 

26 de junho de 2024, 18h02

Na prática, o Brasil vive atualmente um semipresidencialismo forçado, em que o Congresso Nacional não tem a responsabilidade imposta a ele pelo parlamentarismo e o Executivo não tem a força que se exige no presidencialismo. E as soluções para esse impasse são o diálogo e a construção de uma agenda comum, que mostre à população o compromisso do governo de implementar melhorias que façam diferença na vida da população.

Mesa “O Governo de Coalizão e os Desafios das Políticas Públicas” no Fórum Jurídico de Lisboa

Essa foi a conclusão dos participantes da mesa “O Governo de Coalizão e os Desafios das Políticas Públicas”, que nesta quarta-feira (26/6) fez parte do primeiro dia da 12ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da Fundação Getulio Vargas (FGV Justiça).

Participaram do debate o senador Ciro Nogueira (PP-PI); o prefeito do Recife, João Campos (PSB-PE); o presidente da Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior do Ministério da Educação do Brasil, André Lemos Jorge; o corregedor do Tribunal de Contas do Ceará e presidente do Instituto Rui Barbosa, Edilberto Carlos Pontes Lima; o secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia e professor do IDP Felipe da Silva Freitas; e o governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa Castro. A mediação ficou a cargo do secretário-geral da mesa do Senado Federal Gustavo Sabóia

Em sua fala, Ciro Nogueira afirmou que não existe uma sinergia entre a vontade popular que elegeu o Congresso Nacional e a vontade popular que elegeu o Executivo. Segundo ele, esse é um dilema que precisa ser resolvido para que não se repitam as falsas coalizões que deram origem a uma série de escândalos na história recente do Brasil.

“O Congresso está completamente empoderado e o parlamentar tem de prestar contas ao seu eleitor”, disse o senador. 

ConJur
Arthur Lira e Gilmar Mendes entre os participantes da mesa de abertura do XII Fórum de Lisboa
ConJur
Autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo marcaram presença no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo marcaram presença no XII Fórum de Lisboa
ConJur
Plateia do primeiro dia do XII Fórum Jurídico de Lisboa de 2024
Plateia do primeiro dia do XII Fórum Jurídico de Lisboa de 2024
ConJur
Autoridades políticas de Portugal e Brasil abrem programação do XII Fórum de Lisboa em 2024
Autoridades políticas de Portugal e Brasil abrem programação do XII Fórum de Lisboa
ConJur
Plateia do primeiro dia do XII Fórum Jurídico de Lisboa de 2024
Reprodução/Fórum de Lisboa
Rebeca Grynspan e Gilmar Mendes em painel sobre a
Rebeca Grynspan e Gilmar Mendes em painel sobre a "Encruzilhada do comércio global: em busca da integração norte-sul"
Reprodução/Fórum de Lisboa
Painel sobre tensões na Europa e no Oriente Médio reúne especialistas no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Painel sobre tensões na Europa e no Oriente Médio reúne especialistas
Reprodução/Fórum de Lisboa
Painel com autoridades brasileiras e portuguesas debate infraestrutura na economia global no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Painel com autoridades brasileiras e portuguesas debate infraestrutura na economia global
Reprodução/Fórum de Lisboa
Painel sobre responsabilidade social analisa papel dos setores público e privado no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Painel sobre responsabilidade social analisa papel dos setores público e privado
Reprodução
Mesa "O Governo de Coalizão e os Desafios das Políticas Públicas" na 12ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa
Reprodução/YouTube
Painel sobre infraestrutura no XII Fórum Jurídico de Lisboa, em 2024

João Campos, por sua vez, defendeu que é preciso que a política volte a ter a capacidade de dar respostas práticas aos problemas da população. “É preciso construir uma agenda em torno das necessidades comuns do povo. Vivemos um tempo muito mais de prática do que de discurso. Fui eleito com 30% dos votos totais da minha cidade. A partir daquele momento, percebi que era preciso fazer um movimento de desmontar palanque e criar uma agenda prática para a cidade.”

Na mesma toada, André Lemos Jorge tratou dos problemas criados pelo sistema político brasileiro, que não consegue impedir a fragmentação partidária, mas, em contrapartida, força o diálogo entre as forças políticas. Ele também citou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação como política de Estado permanente e eficaz.

A 12ª edição do Fórum de Lisboa ocorre entre esta quarta e sexta-feira (28/6) e conta com transmissão ao vivo.

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