NOVAS FRONTEIRAS

Fórum de Lisboa discute desafios dos investimentos em infraestrutura

 

26 de junho de 2024, 16h47

Um dos painéis do XII Fórum de Lisboa nesta quarta-feira (26/6) tratou de “Infraestrutura na Economia Global”. Os debates focaram principalmente nas formas de investimento e financiamento.

Painel sobre infraestrutura no XII Fórum Jurídico de Lisboa

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que o principal desafio da infraestrutura é mobilizar capital para dar resposta a uma demanda tão grande.

No caso do capital público, Tarcísio afirmou que é necessário preparar o Estado do ponto de vista fiscal — “medidas como desindexação do orçamento, desvinculação de receitas, reformas” —, de forma a ter o “fôlego necessário para fazer investimento”.

Por outro lado, ele destacou a importância de atrair investimentos privados. Ele citou a aprovação da nova Lei de Debêntures como um avanço importante, “a partir do momento em que ela permite a emissão de debêntures de infraestrutura em moeda estrangeira segundo as regras do país de origem”.

O ministro Antonio Anastasia, do Tribunal de Contas da União, afirmou que, para haver financiamento, é necessário um ambiente “amigável, de segurança jurídica e de equilíbrio das partes”. Segundo ele, o TCU e o Congresso têm se esforçado neste sentido.

Ele elogiou a nova Lei de Licitações, tanto por estimular a arbitragem e outras formas de composição, quanto por sinalizar que “o controle tem de verificar alguns aspectos extremametne inovadores necessários à realização da finalidade do poder público”.

Anastasia enxerga “uma nova era do controle externo, mais ousada, com mais resultados e menos preso àqueles procedimentos mais tradicionais”.

Isso é positivo porque, na sua visão, o ambiente saudável “passa por um controle que não seja considerado um inimigo”.

Um dos insumos para um ambiente amigável e de segurança jurídica é, segundo ele, “um controle externo propositivo, que permita de fato avançarmos positivamente, e não nos prendermos exclusivamente, como foi em um passado mais remoto, a questões meramente formais e procedimentais”.

ConJur
Arthur Lira e Gilmar Mendes entre os participantes da mesa de abertura do XII Fórum de Lisboa
ConJur
Autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo marcaram presença no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo marcaram presença no XII Fórum de Lisboa
ConJur
Plateia do primeiro dia do XII Fórum Jurídico de Lisboa de 2024
Plateia do primeiro dia do XII Fórum Jurídico de Lisboa de 2024
ConJur
Autoridades políticas de Portugal e Brasil abrem programação do XII Fórum de Lisboa em 2024
Autoridades políticas de Portugal e Brasil abrem programação do XII Fórum de Lisboa
ConJur
Plateia do primeiro dia do XII Fórum Jurídico de Lisboa de 2024
Reprodução/Fórum de Lisboa
Rebeca Grynspan e Gilmar Mendes em painel sobre a
Rebeca Grynspan e Gilmar Mendes em painel sobre a "Encruzilhada do comércio global: em busca da integração norte-sul"
Reprodução/Fórum de Lisboa
Painel sobre tensões na Europa e no Oriente Médio reúne especialistas no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Painel sobre tensões na Europa e no Oriente Médio reúne especialistas
Reprodução/Fórum de Lisboa
Painel com autoridades brasileiras e portuguesas debate infraestrutura na economia global no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Painel com autoridades brasileiras e portuguesas debate infraestrutura na economia global
Reprodução/Fórum de Lisboa
Painel sobre responsabilidade social analisa papel dos setores público e privado no XII Fórum de Lisboa, em 2024
Painel sobre responsabilidade social analisa papel dos setores público e privado
Reprodução
Mesa "O Governo de Coalizão e os Desafios das Políticas Públicas" na 12ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa
Reprodução/YouTube
Painel sobre infraestrutura no XII Fórum Jurídico de Lisboa, em 2024

Walter Baère Filho, diretor jurídico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mencionou o desafio regulatório.

“Ao mesmo tempo em que a regulação precisa ser estável o suficiente e os contratos respeitados pra atração de investimento, é preciso ter uma agenda regulatória em debate permanente, que seja flexível o suficiente para absorver as necessidades de alteração de todas as etapas, desde o planejamento do projeto até a execução das obras de infraestrutura”.

Pedro Infante Mota, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), falou sobre a guerra comercial entre EUA e China.

Ele lembrou que, embora as exportações chinesas para os EUA venham diminuindo, as exportações de países vizinhos da China para os EUA têm aumentado: “Há um redirecionamento dessas exportaçõs chinesas para outros países, que, por sua vez, exportam para os EUA”.

Ele também ressaltou que muitos produtos da Apple são montados na China e que o país asiático investe em títulos do Tesouro dos EUA.

“A China não tem grande interesse na derrocada da economia norte-americana entre em derrocada, porque isso vai de fato fazê-la perder muito dinheiro”, assinalou.

A moderação da mesa ficou a cargo de Andréa Häggsträm, diretora de Relações Institucionais da Aegea Saneamento.

Ela citou relatórios do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), segundo os quais a melhoria das infraestruturas na América Latina e no Caribe “reduziria a desigualdade e ajudaria as populações vulneráveis a aumentar a renda e vê-la crescer em média 28% a mais do que a renda dos mais ricos em dez anos”.

Ela ainda indicou que, de acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “o investimento financeiro em infraestruturas resilientes não está sendo suficiente para enfrentar os impactos climáticos”. Para cumprir os objetivos do desenvolvimento sustentável, será necessário, de acordo com o estudo, um investimento mundial de US$ 6,3 trilhões ao ano.

Clique aqui para assistir à mesa ou veja abaixo:

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