Desembargador declara suspeição para julgar casos da "lava jato" do Rio
9 de janeiro de 2021, 15h29
O desembargador Paulo Espírito Santo, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, se declarou suspeito para seguir julgando um processo da "lava jato" do Rio de Janeiro contra deputados estaduais. Ele é relator de ações da operação há três anos e revisor de casos que estão sob relatoria do desembargador Abel Gomes.
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No entanto, Paulo Espírito Santo afirmou, em despacho, que, ao longo do período em que ficou afastado por ter contraído a Covid-19, tomou conhecimento de alguns fatos sobre a "lava jato" que o impedem de, daqui para frente, continuar prestando uma jurisdição imparcial.
"O contexto que outrora norteava minha atuação na referida operação foi alterado, de maneira que a isenção que regeu minha atuação até aqui não é mais a mesma, obstando, assim, minha atividade judicante nos feitos relativos àquela operação", afirmou o desembargador, sem dar mais detalhes de quais fatos impedem sua atuação no caso.
Dessa forma, declarou sua suspeição, nos termos do artigo 254, do CPP, por motivo de foro íntimo e determinou a redistribuição do feito a outro desembargador do TRF-2. O desembargador seguirá atuando em outros processos referentes a supostos esquemas de corrupção no Rio de Janeiro, tais como "furna de onça" e "cadeia velha".
"Primo por uma prestação jurisdicional célere, tanto que, durante minha licença médica para tratar os preocupantes sintomas e sequelas que me foram provocados pela Covid-19, enderecei ofício ao Exmo. Presidente desta eg. Corte Regional, a fim de que os processos referentes à operação 'lava jato', dos quais era relator e revisor, fossem redistribuídos a outro desembargador federal", completou Paulo Espírito Santo.
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Processo 5010553-28.2020.4.02.0000
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