FORMA E CONTEÚDO

Apaixonado por design, advogado busca a beleza nos carros e nas cadeiras

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10 de janeiro de 2025, 8h28

Algumas pessoas não se contentam com o ordinário. Buscam experiências, cenários e texturas. Precisam cercar-se de beleza. O advogado José Orlando A. de Arrochela Lobo, sócio fundador do escritório Lobo de Rizzo Advogados, é uma dessas pessoas.

O advogado José Orlando Lobo possui uma das mais importantes coleções de cadeiras do país

José Orlando Lobo mantém uma das mais importantes coleções de cadeiras do país

O especialista em Direito Societário concilia assessoria em fusões, aquisições, joint ventures e private equity com o colecionismo. Apaixonado por design, ele coleciona carros e cadeiras — a peça mais nobre do mobiliário, como ele gosta de definir.

A primeira paixão, que o fez enveredar para o colecionismo, foi pelos automóveis. Ele chegou a fabricar o seu próprio carro esporte, o Lobini H1. O veículo foi batizado a partir da junção dos sobrenomes dos seus criadores: José Orlando Lobo e Fábio Birolini.

“Eu gosto muito de automóveis. Construir um automóvel não é que já beira a megalomania: é loucura. Mas o que dizer? Desde o início do projeto, eu focava muito no design do carro”, conta ele.

O projeto nasceu em 1999 e passou a ser produzido em 2005. Foram fabricadas poucas unidades. O carro é considerado um artigo raro no mercado de automóveis e o último grande esportivo brasileiro.

O amor por cadeiras, por sua vez, tem pouco mais de 30 anos. “Comecei a me interessar por decoração de casa. Havia outros móveis que chamavam a minha atenção, e tenho até hoje outros móveis que têm o seu valor da sua relevância como peças de design. Mas a cadeira é o supremo móvel. É a peça que permite o designer se expressar das maneiras mais diferentes.”

Arquivo Pessoal
O icônico modelo Harp Chair do designer Jorgen Hovelskov integra a coleção de José Orlando Lobo
O icônico modelo Harp Chair, do designer Jorgen Hovelskov, integra a coleção de José Orlando Lobo
Arquivo Pessoal
Cadeira de Pernas Cruzadas do artista plástico mineiro Luiz Philippe Carneiro de Mendonça
Cadeira de Pernas Cruzadas, do artista plástico mineiro Luiz Philippe Carneiro de Mendonça
Arquivo Pessoal
Cadeira escultural de Mário Cravo Jr.
Cadeira escultural de autoria de Mário Cravo Jr.
Arquivo Pessoal
Cadeira Nóize do arquiteto e designer paulista Guto Requena
Cadeira Nóize, do arquiteto e designer paulista Guto Requena

Lobo explica que existem as cadeiras feitas para sentar, as desconfortáveis e as impossíveis de sentar, sendo que o último grupo é puramente conceitual. “É a materialização da interpretação do designer de um objeto de sentar. Uma obra de arte.”

“Durante talvez uns dez anos, isso virou praticamente uma compulsão para mim. Comprei cadeiras nos Estados Unidos, na Europa, e dava um jeito de trazer isso para cá.”

Preciosidades

A coleção de Lobo conta com 150 cadeiras assinadas, a maioria de designers nacionais. Metade da coleção se encontra em seu apartamento, em São Paulo, e a outra metade fica guardada em um galpão, junto com parte da coleção de carros.

Apesar de contar com algumas preciosidades do design de móveis brasileiro, como cadeiras produzidas pelo escultor Mario Cravo Júnior e pelo artista plástico Luiz Philippe Carneiro de Mendonça, o principal critério da coleção do advogado é o impacto visual.

“O que me interessa é a coisa mais maluca. Aquele móvel em que o sujeito realmente colocou os seus demônios para fora e fez aquela peça em que ninguém pensou antes.”

Uma das aquisições mais recentes de sua coleção é a cadeira Nóize, do designer Guto Requena. Ela foi concebida digitalmente a partir da mescla do som captado nas ruas de São Paulo. “A que eu tenho foi feita a partir dos sons da Rua Santa Efigênia.”

Lobo explica que seu interesse por design tem a ver com o luxo, mas não no sentido financeiro do termo. Na sua concepção, o luxo pode se materializar em um objeto, em uma paisagem, ou mesmo na textura de uma parede ou em uma cor em especial. “Você estar rodeado de beleza é algo que contribui, enfim, de maneira extremamente relevante para o seu bem estar.”

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