Briga de Compadres

Sergio Moro traiu magistratura, leis e 'lava jato, afirma ex-candidato a prefeito de Curitiba

 

16 de outubro de 2024, 21h59

O candidato derrotado à Prefeitura de Curitiba Ney Leprevost (União Brasil) disse nesta quarta-feira (16/10) que o senador Sergio Moro (União Brasil) traiu a magistratura, as leis e os apoiadores da “lava jato”.

Sergio Moro

Moro foi acusado de ter traído as leis, a magistratura e a ‘lava jato’

Leprevost, que é ex-deputado, emitiu nota “em resposta aos ataques rasteiros e injustificados proferidos contra mim, e sem o menor cabimento também a familiar meu, pelo senhor Sergio Moro”.

Na manifestação, ele afirmou que Moro utilizou a magistratura para se promover politicamente; traiu as leis ao torturar psicologicamente réus em escutas telefônicas “de legalidade questionável”; e traiu também os apoiadores da “lava jato” ao deixar o cargo de juiz para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL).

“Este senhor é um traidor contumaz. Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político. Traiu as leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus e escutas telefônicas de legalidade questionável”, disse Leprevost.

“Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro. Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação”, continuou ele.

Briga entre compadres

Rosângela Moro, mulher do ex-juiz, foi candidata a vice-prefeita na chapa de Leprevost. Eles terminaram em quarto lugar, com apenas 6,4% dos votos.

A briga começou na terça-feira (15/10), quando Leprevost deu entrevista à Folha de S.Paulo afirmando que Moro é uma pessoa “difícil de lidar” e que sua candidatura deu errado quando aceitou o pedido do partido para colocar Rosângela como vice.

Moro respondeu afirmando que Leprevost e seu familiares que também disputaram cargos eletivos receberam “nas urnas” o que mereciam.

Veja a íntegra da nota do candidato derrotado:

“Em resposta aos ataques rasteiros e injustificados proferidos contra mim, e sem o menor cabimento também a familiar meu, pelo senhor Sérgio Moro , tenho a declarar, após buscar informações com diversas fontes jornalísticas e rememorar fatos, conclui que:

– Este senhor é um traidor contumaz.
– ⁠Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político.
– ⁠Traiu as leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus em escutas telefônicas de legalidade questionável.
– ⁠Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro.
– ⁠Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação.
– ⁠Traiu o partido Podemos que o sustentou financeiramente.
– ⁠Traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral.
– ⁠Traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando-se candidato de última hora contra ele.
– ⁠Traiu seus eleitores de direita votando no ministro Flávio Dino para o STF.
– ⁠Traiu sua querida esposa colocando-a, através da direção nacional do partido, como candidata a vice na minha chapa e abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão.
– ⁠Traiu o partido União Brasil, utilizando na última semana de campanha 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais da sua esposa para mera promoção pessoal da mesma sem sequer pedir votos para o 44.
– ⁠Me traiu ao plantar ao longo da campanha diversas notas na imprensa nacional com o objetivo de desestabilizar minha candidatura.
– ⁠Traiu a pátria ao fazer um ‘acordão’ através dos senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre.

Senador Sérgio Moro, não me meça pela sua régua. Minha vida pública é pautada por coerência e respeito a todas as pessoas.

Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba, como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira.

De herói nacional que até eu admirei, o senhor apequenou-se e se transformou em um mero ‘lacrador’ de redes sociais.

Me esqueça e vá se defender na justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu.

Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista, visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro.

A toda boa gente do Paraná, meu muito obrigado pela milhares de manifestações de solidariedade no dia de hoje. Tenham a certeza absoluta que minha vida pública vai continuar pautada na defesa da liberdade e nos princípios éticos e humanistas que meu detrator chama de ‘velhos’.

Que Deus nos proteja do mal!”.

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