Morre Christianne Machiavelli, ex-assessora que desnudou o conluio entre imprensa e 'lava jato'
15 de outubro de 2024, 10h15
A jornalista Christianne de Figueiredo Neves Machiavelli, que foi assessora de imprensa da Justiça Federal em Curitiba entre 2012 e 2018, morreu no último dia 2, aos 50 anos. Depois de deixar o cargo, ela desnudou a benevolência da imprensa brasileira com as falcatruas da autodenominada força-tarefa da “lava jato” na capital do Paraná.
Nascida na capital paranaense e formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Christianne começou a carreira em 1997 na indústria de lápis Labra, passou pela TV Cidade — afiliada da Band em Sinop (MT) —, pelas Centrais Elétricas Mato-Grossenses (Cemat, hoje Energisa Mato Grosso), pelo Jornal Diário Regional e pela Prefeitura de Sinop (MT).
Ela ajudou a criar o primeiro curso de jornalismo da cidade mato-grossense e o núcleo local do Sindicato dos Jornalistas.
Após deixar a assessoria da Justiça Federal, Christianne abriu sua própria agência de comunicação voltada para clientes da área jurídica. Ela ainda atuou como analista de comunicação no Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) e no Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren).
Em Curitiba, a assessora trabalhou sozinha no departamento de comunicação da “lava jato”. Em entrevista ao site The Intercept Brasil, em 2018, pouco tempo após pedir demissão, ela ponderou que a imprensa e os jornalistas “não pensavam direito” antes de publicar sobre as investigações da força-tarefa.
“A responsabilidade da imprensa é tão importante quanto a da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. Talvez tenha faltado crítica da imprensa. Era tudo divulgado do jeito como era citado pelos órgãos da operação. A imprensa comprava tudo”, disse ela
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