rastros da Covid-19

Problemas financeiros justificam falta de reajuste de servidores, diz juiz ao trancar impeachment

 

27 de novembro de 2024, 19h38

As dificuldades financeiras causadas pela crise da Covid-19 justificam a falta de reajuste da remuneração dos servidores públicos. Com esse entendimento, a Vara Única de Mangaratiba (RJ) trancou um processo de impeachment instaurado contra o prefeito local com base na falta de revisão anual dos salários do funcionalismo.

Pessoa contando dinheiro

Câmara dos Vereadores acusou prefeito de não justificar falta de reajuste da remuneração dos servidores municipais

A lei que traz o estatuto jurídico dos servidores de Mangaratiba prevê reajuste anual da remuneração, e a Câmara dos Vereadores iniciou o processo de impeachment com a alegação de que o prefeito não apresentou demonstração técnica para deixar de revisar os valores nos últimos anos. O chefe do Executivo, então, acionou a Justiça.

O juiz Richard Robert Fairclough explicou que a Constituição não exige a alteração dos salários dos servidores e que as autoridades podem decidir pelo reajuste ou não com base nas suas “limitações orçamentárias”.

Por outro lado, a administração pública precisa “se pronunciar, de forma fundamentada, a respeito da impossibilidade de reposição da remuneração dos servidores públicos” em determinado ano.

No caso julgado, Fairclough destacou que os “impedimentos financeiros” da prefeitura de Mangaratiba são “evidentes, notórios e públicos”. Para ele, isso justifica o atraso no reajuste: “Considero não haver justa causa para a deflagração de processo de impeachment”.

Na decisão, o juiz destacou também que a ação foi proposta em 2022, “quando ainda havia rastros deixados” pela crise da Covid-19.

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Processo 0801263-70.2022.8.19.0030

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