gritos e humilhações

Pacto Global da ONU demite diretores no Brasil após denúncias de assédio

 

25 de novembro de 2024, 15h53

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil demitiu na última sexta-feira (22/11) seu CEO, Carlo Linkevieius Pereira, e seu diretor de estratégia, Otávio Toledo, por causa de denúncias de assédio moral.

Bandeira da ONU

Pacto Global da ONU busca incentivar empresas a ter responsabilidade social e garantir sustentabilidade

A organização, que busca encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, anunciou que o atual senior advisor, Guilherme Xavier, assumirá como diretor executivo de forma interina. As informações são do portal Reset.

O Pacto também abriu um processo para contratar um novo CEO, com uma vaga afirmativa, voltada a incluir grupos historicamente marginalizados.

Em outubro, o Ministério Público do Trabalho de São Paulo recebeu uma denúncia coletiva de assédio moral contra Pereira e Toledo, elaborada por 12 pessoas que trabalham ou trabalharam no Pacto Global.

O MPT instaurou um inquérito civil para investigar o caso no último dia 11 e notificou a organização. A dispensa dos diretores ocorreu na data limite que o Pacto Global tinha para se manifestar sobre a denúncia ou tomar providências.

Após receber a denúncia em outubro, a organização criou um comitê especial e contratou o escritório Machado Meyer para analisar os casos. Esse processo segue em curso.

À imprensa, Toledo negou as acusações. Pereira não comentou.

O portal UOL havia revelado as condutas dos diretores, após ouvir oito denunciantes e três testemunhas. As principais denunciantes são mulheres.

Em um caso, Pereira teria batido em uma mesa e repreendido uma colega em função do tema de uma reunião: “Eu sou o CEO dessa porra e decido o que é melhor”. Já Toledo teria chamado as colegas de “incompetentes”, “imaturas” e “burras” e desautorizado uma delas porque “só diz bosta”.

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