FONAJUS

CNJ e ANS assinam acordo para reduzir a judicialização da saúde suplementar

 

23 de novembro de 2024, 15h45

Prevenir o ajuizamento de novas ações relativas à saúde suplementar, garantir a celeridade no julgamento de processos e oferecer subsídios técnico-científicos para a tomada de decisões de magistrados. Esses são os principais focos de acordo de cooperação técnica firmado durante a abertura do III Congresso do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus), em São Paulo, na manhã da quinta-feira (21/11). Atualmente, segundo o Painel de Estatísticas do Poder Judiciário, há pouco mais de 330 mil processos que envolvem operadoras de planos de saúde no Brasil.

Barroso assinando documento no III Congresso do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus)

O acordo foi assinado por Barroso, presidente do CNJ e do STF, e por Paulo Rebello, presidente da ANS

O documento foi assinado pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, e pelo presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello Filho.

Agora, será elaborado plano de trabalho conjunto para estreitamento da comunicação entre os órgãos e atualização permanente e recíproca de informações. A intenção é compartilhar documentos, dados, estudos e pesquisas voltados à disseminação de conhecimento a respeito do tema.

O presidente do CNJ destacou que assim como no setor público, é preciso também “ter preocupação com a sustentabilidade da saúde suplementar”. Entre as medidas previstas do acordo está a elaboração de notas e pareceres técnico-científicos para abastecer o e-NatJus, plataforma que já reúne informações voltadas a atender as demandas relativas ao sistema público.

Ele adiantou que a própria Agência deverá arcar com os custos das notas técnicas que vão embasar as decisões na área de saúde suplementar. Já o representante da ANS ressaltou que “o acordo deve proporcionar benefícios à toda a sociedade, na medida que contribuirá para a desjudicialização”.

Apoio de magistrados

Em sua participação na abertura do evento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, elogiou o acordo, que “demonstra o aperfeiçoamento da atuação de cada uma das instituições”.

A magistrada lembrou dos desafios históricos enfrentados pelo Brasil, com a desigualdade persistente da população e falou que as recentes determinações do Supremo Tribunal Federal — no julgamento dos Temas 6 e 1234 — “são um convite à ação por trazerem deliberações claras e positivas baseadas em critérios técnicos para a incorporação de novas tecnologias e medicamentos ao SUS”.

Supervisora do Fonajus, a conselheira Daiane Nogueira de Lira enfatizou a importância do envolvimento da ANS na busca de soluções para a desjudicialização. “A assinatura do acordo complementa o trabalho que o Fórum vem desenvolvendo conjuntamente com o CNJ, que passa pela eficiência e sustentabilidade da prestação de serviços”, disse. Com informações da assessoria de comunicação do CNJ.

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!