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Boicote francês à carne brasileira gera reação diplomática e do governo

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23 de novembro de 2024, 13h45

A pressão feita por produtores rurais franceses sob a roupagem ambiental contra a negociação de um acordo da União Europeia com o Mercosul provocou no Brasil uma reação diplomática e de governo.

Boicote francês à carne exportada pelo Brasil tem como pano de fundo a negociação de acordo entre União Europeia e Mercosul

No país europeu, a classe vem organizando seguidos protestos contra a assinatura do acordo, cujo potencial é de criar uma zona de livre comércio entre os blocos, reduzindo tarifas e impulsionando exportações.

Para os produtores rurais da França, isso abriria concorrência desleal. O argumento central recente, no entanto, é mais nobre: a de que os produtores sul-americanos não se submetem ou não respeitam regras ambientais como na Europa.

A pressão levou o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, a anunciar que a rede varejista não comprará mais carne de países sul-americanos. Segundo O Estado de S. Paulo, o grupo varejista francês Les Mousquetaires seguiu o mesmo caminho e pediu mobilização coletiva.

Reação brasileira

No Brasil, a reação começou com nota do Ministério da Agricultura afirmando um um rigoroso sistema de defesa da agropecuária, o que coloca o país no posto de maior exportador de carne bovina e aves do mundo, para cerca de 160 países.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lamentou a declaração e afirmou que a argumentação tem fins protecionistas. Já a ApexBrasil, responsável por promover as exportações do país, considerou lamentável a posição.

Ainda segundo O Estado de S. Paulo, a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS) vai convocar o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, para dar explicações na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Já o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) foi às redes sociais defender um boicote ao Carrefour e ao Atacadão, que é controlado pela empresa francesa. “Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então eles não servem para vender produtos franceses. Essa empresa não deveria ser bem vista aqui.”

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