A OAB-SP precisa retomar seu protagonismo na sociedade
19 de novembro de 2024, 6h02
Vivemos em um mundo de constante transformação, marcado por desafios significativos que demandam pulso firme de qualquer um que se habilite a ocupar posições de liderança. Na OAB-SP, vivemos dias sombrios. As últimas gestões se desconectaram com as necessidades da classe, as demandas e questões cruciais da sociedade, ficou inerte e sem voz ativa, e escolheu ficar ausente dos debates mais relevantes do país. A OAB-SP de hoje é uma entidade encolhida em seu mundinho. Tímida e sem o vigor que se espera de uma instituição dessa magnitude.
A eleição que acontece no próximo dia 21 de novembro é uma oportunidade para a classe expressar seu descontentamento e abrir caminho para um novo tempo. Elegendo um colegiado que defenda o advogado como ele merece e precisa e que promova uma mudança estrutural, revendo tudo o que não funciona, trazendo a renovação de processos e adotando novo direcionamento. É hora de a OAB-SP ter uma gestão que saia do discurso vazio de democracia, transparência e modernidade para a implementação desses pilares de fato — com atitude e determinação.
São Paulo e os advogados merecem uma entidade que se ocupe menos de festas e agendas entre amigos para trabalhar arduamente na defesa das bases do direito, na valorização do advogado, na digitalização e modernização dos procedimentos e seu amplo acesso a todos os profissionais da área. Assumir a presidência da OAB-SP significa dedicação em tempo integral, diálogo positivo e postura apartidária de forma a promover a construção de dias e condições melhores para a advocacia. Acredito tanto nisso que há anos venho me preparando para essa missão. E, claro, faz parte dessa trilha a escolha de um time de renomados profissionais, em diversas áreas e com diferentes habilidades para compor um grupo coeso, corajoso e alinhado ao propósito de transformar a OAB-SP em uma instituição forte, digna, que honra seus representados e faz diferença na sociedade. Que luta por mudanças importantes, luta pela aprovação de leis que restaure ao advogado condições merecidas para o exercício da profissão em todos os aspectos.
Tempo de renovar
Se faz necessária uma nova OAB-SP. Insisto na ideia de renovação. Não temos como seguir com uma instituição que se omite de debates tão relevantes ao país como a reforma tributária, a violência contra a mulher, a defesa do Estado de direito e tantos outros temas. O que não falta neste país são pautas urgentes e de importância. A OAB-SP precisa ser participativa, ter lugar nos debates e ter posicionamento firme frente às crises institucionais que afetam nossa democracia e das ameaças constantes às liberdades individuais e ao devido processo legal. O momento exige uma OAB repaginada, pronta para liderar uma nova era.
A Chapa 33 defende uma OAB atuante, que fiscalize e denuncie qualquer tentativa de enfraquecer os direitos fundamentais e o devido processo legal. Seremos incansáveis na luta para que o Estado não transforme a exceção em regra e que os advogados sejam sempre respeitados como pilares da Justiça. Reafirmamos o compromisso de resgatar o papel da OAB-SP como protagonista na defesa da separação de poderes e das garantias processuais. O ativismo judicial não pode ser tolerado, e a OAB-SP deve ser firme ao exigir que o Judiciário se atenha ao seu papel constitucional: dizer o que a lei é, e não o que deveria ser.
É papel da OAB-SP lutar incansavelmente pela preservação das garantias constitucionais e pela liberdade de expressão, demonstrando capacidade de ler rapidamente as transformações sociais, a dor das minorias, os desafios e dificuldades de diferentes atores da sociedade. São mais de 90 anos de história — sim, a OAB foi criada pelo Decreto Presidencial 19.408, em 18 de novembro de 1930, pouco depois da Revolução de 30. Respeito à tradição não pode ser desculpa para inoperância, para desconexão com a realidade. É preciso usar dessa envergadura e desse patrimônio moral para atuar ainda mais expressivamente no país. É uma responsabilidade muito grande conduzir uma instituição como a OAB-SP e não temos percebido esse valor por parte das últimas gestões.
Convido você, leitor, a perguntar para os advogados que conhece e tenha proximidade: o que a OAB tem feito por você? Faça isso e preste bem atenção na resposta. A menos que esse advogado faça parte de um pequeno círculo que desfruta de quem está na liderança da entidade nos últimos anos, pode ter certeza de que ele vai responder: nada. A OAB-SP não faz nenhuma diferença na vida dele. A OAB tem por missão ser incansável na luta para que os advogados sejam respeitados como pilares da Justiça. A classe não deve e não pode aceitar menos que isso.
Guardiã da Justiça
A Ordem dos Advogados precisa ocupar seu espaço, como a legítima guardiã da justiça e do respeito às liberdades individuais. A OAB-SP tem que ser apartidária. Tem que estar comprometida com o combate à manipulação do sistema processual em favor de interesses políticos, lutar pelas bases da segurança jurídica e da ordem democrática. O Brasil é muito maior que essa realidade e merece instituições que honrem a grandeza de seus princípios.
Internacionalização da advocacia
A globalização exige que a advocacia brasileira esteja integrada no contexto internacional. A Chapa Nova Ordem 33 vai priorizar a criação de oportunidades estruturadas para que advogados brasileiros avancem em suas carreiras, ganhando reconhecimento além das fronteiras nacionais. A proposta é facilitar o intercâmbio com colegas estrangeiros, construir pontes que promovam trocas enriquecedoras e gerar novas oportunidades de trabalho. Essa internacionalização fortalecerá a advocacia brasileira, permitindo o compartilhamento de melhores práticas e ampliando a atuação dos advogados no exterior. Nossa gestão promoverá ações que facilitem essas conexões, preparando os profissionais para um mercado cada vez mais interconectado.
É preciso promover e intensificar a abertura do mercado jurídico. Acredito que é urgente defender iniciativas que valorizem a profissão e garantam o respeito às prerrogativas dos advogados, dentro dos princípios éticos e da liberdade de atuação. A proposta é modernizar a regulamentação da publicidade na advocacia, rompendo barreiras de hipocrisia e permitindo o uso adequado de meios de comunicação, preservando a dignidade da profissão.
Hoje, a classe advocatícia enfrenta grandes desafios financeiros. Praticamente foi extinta a cobrança de honorários por consultas, e isso é sim fruto de uma liderança enfraquecida, que não assume efetivamente a defesa da classe. A tabela de honorários é inoperante, sem utilidade prática para os profissionais. A assistência judiciária, que é uma importante fonte de renda para muitos advogados, especialmente no interior, precisa ser ajustada. Aproximadamente 80% dos advogados no interior advogam via assistência judiciária, e a remuneração atual não é suficiente. Precisamos firmar um convênio com o governo do estado e implantar um sistema de pagamento mais eficiente, por exemplo, com um cartão de débito vinculado à Secretaria da Fazenda, garantindo que os honorários sejam pagos de forma rápida e justa.
Benefícios e sustentabilidade
A saúde dos advogados é uma prioridade inegociável. A completa assistência hoje precisa contemplar a saúde mental, emocional e física, para que todos possam enfrentar os desafios diários da vida profissional. A Nova Ordem 33 tem propostas claras nessa área: vamos reduzir em 50% os valores dos planos de saúde para advogados e dependentes, buscar parcerias para melhores condições e garantir acesso a diversas operadoras. Priorizaremos o apoio a advogados em situação de vulnerabilidade, com atenção especial a gestantes e profissionais enfermos, proporcionando suporte efetivo por meio da CAASP.
Além disso, é fundamental desenvolver ferramentas voltadas às necessidades das advogadas, que enfrentam desafios particulares, como a dupla jornada e a maternidade. A OAB precisa ter políticas que amparem melhor essas mulheres, promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo e sustentável. Se mais participativa em questões sociais que envolvem a violência contra mulher, as barreiras ao seu avanço na sociedade e na carreira.
Para modernizar a gestão, é essencial promover a digitalização de serviços e processos, trazendo maior eficiência e acessibilidade. A CAASP será estruturada com práticas financeiras modernas, baseadas em responsabilidade e sustentabilidade. Já nos primeiros 100 dias de gestão, realizaremos uma auditoria detalhada para conhecer a real situação administrativa e financeira da entidade. A transparência será um princípio fundamental, e um programa robusto de compliance será implementado, com mecanismos de controle e auditoria para prevenir irregularidades e assegurar integridade nas atividades da OAB-SP.
Preservação das prerrogativas e segurança jurídica
Os advogados, defensores das liberdades individuais, têm sido alvo de abusos e processos indevidos, o que é inaceitável. Caberá à OAB-SP intensificar a luta pela preservação das prerrogativas, garantindo que os advogados sejam respeitados e protegidos no exercício de sua função. Defenderemos a segurança jurídica como um dos pilares de nossa gestão, exigindo do Judiciário decisões coerentes e previsíveis, que fortaleçam a confiança no sistema de Justiça.
Apoio aos jovens advogados
É imperativo que a OAB-SP olhe com atenção para os jovens advogados. Muitos deles vêm de famílias que fazem sacrifícios imensos para que possam se formar e ingressar na profissão. Ao concluir o curso, esses jovens enfrentam um mercado difícil, muitas vezes sem emprego garantido. A OAB-SP deve oferecer opções para esses novos profissionais, como um período de carência na anuidade e acesso a uma ESA qualificada com cursos atualizados e online. Democratizar o ensino de qualidade é um compromisso.
Além disso, é fundamental apoiar os jovens advogados que estão ingressando na profissão. Muitos deles enfrentam dificuldades para se estabelecer, especialmente no início de suas carreiras. A OAB-SP deve assegurar que esses profissionais tenham a estrutura necessária para desenvolver suas habilidades e construir uma carreira sustentável, com remuneração digna e condições justas de trabalho. Isso inclui a implementação de medidas que possibilitem um período de carência na anuidade, permitindo que possam se estabilizar financeiramente antes de assumir custos elevados.
Queremos uma OAB-SP que invista na formação contínua e na preparação prática desses jovens, garantindo que possam atuar com confiança e dignidade. Eles devem ter acesso a cursos de alta qualidade, a preços acessíveis, além de um ambiente de apoio que permita seu crescimento profissional. Trabalhar por uma advocacia mais inclusiva e justa.
Por fim, a assistência judiciária precisa ser valorizada. Advogados no interior, que dependem dessa atividade, devem ter um sistema mais eficiente e honroso. Não permitiremos mais que advogados paguem para trabalhar. A luta por uma OAB SP forte, atuante e comprometida com a advocacia é urgente. Estamos prontos para essa transformação.
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