ATENTADO CONECTADO

Alexandre de Moraes deve relatar inquérito sobre ataque ao Supremo

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14 de novembro de 2024, 11h55

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, deve ser designado nesta quinta-feira (14/11) como relator do inquérito que irá apurar as explosões que atingiram a Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13/11).

Alexandre deve assumir o caso por conta da ligação do atentado com o chamado “gabinete do ódio”, rede que insuflava violência de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o STF e seus magistrados.

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O ministro Alexandre de Moraes será relator do inquérito que investiga atentado em Brasília

Por volta das 19h30 de quarta, Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL no município do Rio do Sul (SC), se aproximou da fachada do Supremo e jogou duas bombas próximas à marquise da Corte. Em seguida, ele colocou uma bomba no chão e deitou sobre o artefato até a explosão.

Um outro artefato explodiu dentro de um carro no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados. O veículo pertencia a Wanderley.

O inquérito instaurado pela Polícia Federal vai apurar as explosões como um ato terrorista, segundo informou o diretor-geral da corporação, Andrei Passos Rodrigues.

Em entrevista coletiva, Rodrigues afirmou que foram apreendidos outros artefatos explosivos que estariam em um imóvel alugado por Wanderley. O diretor-geral da PF também informou que um celular do homem foi apreendido.

Alexandre já é relator de outro inquérito envolvendo ataques ao Supremo: o do 8 de janeiro de 2023, data em que bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília e depredaram os prédios.

“Não é fato isolado”

Mais cedo na manhã desta quinta, antes de ser definido como relator da investigação, Alexandre disse que as explosões não devem ser vistas como fato isolado e tiveram origem no chamado “gabinete do ódio”, criado na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

“Não podemos ignorar o que ocorreu ontem. O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. O contexto se iniciou lá atrás, quando o gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF, principalmente, e contra a autonomia do Judiciário”, disse em evento do Conselho Nacional do Ministério Público.

A sessão do Plenário do Supremo Tribunal Federal desta quinta foi mantida. Os ministros devem comentar o caso. A entrada será restrita aos advogados das partes e à imprensa.

O prédio do Supremo foi submetido na manhã desta quinta a uma vistoria e varredura por agentes da PF e da Polícia Militar. O funcionamento está suspenso até as 13h. A sessão começará às 14h.

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