Associação do PA pode representar comunidades em ação ambiental nos Países Baixos
7 de junho de 2024, 14h32
A Corte de Roterdã, nos Países Baixos, decidiu, no final de maio, que uma associação brasileira pode representar os interesses das comunidades ribeirinhas e quilombolas da região de Barcarena (PA) afetadas pela poluição ambiental e pela contaminação por rejeitos de alumínio devido às operações da mineradora norueguesa Norsk Hydro.
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Alagamento de lama vermelha com alumínio na planta da Norsk Hydro no Pará, em 2018, após vazamento de resíduos
A Associação dos Caboclos Indígenas e Quilombolas de Barcarena (Cainquiama) foi reconhecida pela Justiça neerlandesa como representante legítima dos afetados em uma ação coletiva contra a multinacional.
Na mesma ocasião, o tribunal entendeu que o caso não prescreveu. O processo tramita nos Países Baixos devido à presença de subsidiárias da Norsk Hydro.
A ação foi movida em 2022 por nove pessoas e pela Cainquiama, que representa cerca de 11 mil pessoas. O objetivo é a reparação por danos morais e materiais às famílias de Barcarena e Abaetetuba (PA).
As comunidades paraenses acusam a empresa norueguesa e suas subsidiárias de expor as pessoas, há mais de 20 anos, a resíduos tóxicos do processamento da bauxita, que é matéria-prima para fabricação do alumínio.
De acordo com a ação, os moradores da região enfrentam sérios problemas de saúde, como doenças de pele, problemas de estômago, diarreia, câncer e Alzheimer.
No início de maio, o Tribunal de Justiça do Pará condenou o grupo norueguês a pagar indenização de R$ 50 milhões às comunidades ribeirinhas afetadas pela emissão de gases poluentes na região de Barcarena.
A ação na Justiça neerlandesa é conduzida pelo escritório internacional Pogust Goodhead, com a parceria do escritório local Lemstra van der Korst e do escritório brasileiro Ismael Moraes Advocacia. Além disso, o advogado José Miguel Garcia Medina, doutor e mestre em Direito Processual Civil, fez parecer no caso em favor das vítimas.
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