GRANDES TEMAS, GRANDES NOMES

Para Simonetti, há uma tentativa de desacreditar eventos jurídicos internacionais

 

25 de julho de 2024, 16h45

Existe atualmente uma campanha para desacreditar os eventos jurídicos internacionais, que têm apoio da advocacia brasileira por promoverem o debate sobre temas caros ao país entre os diferentes profissionais do Direito.

beto simonetti

Simonetti diz que eventos promovem diálogo entre profissionais do Direito

Essa opinião é do advogado Beto Simonetti, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele tratou do assunto em entrevista à série Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito. Nela, a revista eletrônica Consultor Jurídico conversa com alguns dos nomes mais importantes do Direito e da política sobre os temas mais relevantes da atualidade.

“São eventos onde se pode debater com a advocacia, com os membros do Ministério Público, os membros do Judiciário, considerando aí aqueles membros dos tribunais superiores de Justiça e também do Supremo Tribunal Federal. Essa grande interação, esse intercâmbio que é feito entre os temas atuais no Brasil e nos países que recebem esses grandes eventos, ela é de suma importância para o avanço da sociedade brasileira.”

A declaração de Simonetti foi dada por ocasião do Fórum Jurídico de Lisboa, que tem o ministro Gilmar Mendes, do STF, como anfitrião e chegou à sua 12ª edição em junho deste ano, já consolidado no calendário jurídico luso-brasileiro.

“Há uma tentativa de descrença da efetividade e da qualidade desses eventos, que todos deveriam conhecer e frequentar para que pudessem ver que são eventos de muita efetividade. Portanto, a advocacia brasileira, nesses momentos, apoia toda essa agenda internacional, que é muito bem elaborada por tantos, inclusive por nós, levando do Brasil para o mundo o debate dos nossos temas, e levando do mundo para o Brasil aqueles temas que podem nos servir para o avanço da nossa sociedade.”

Intervenção de poderes

Na edição mais recente do Fórum de Lisboa, Simonetti mediou um debate sobre a jurisdição constitucional na revisão de políticas públicas. Segundo o presidente da OAB, ao julgar a constitucionalidade de projetos de lei que ferem a Carta Magna, o STF cumpre um papel previsto pela própria Constituição e, portanto, não invade o espaço de outros poderes.

“A Constituição muito bem define a posição do Judiciário e do Legislativo quanto à não intervenção dos poderes entre si. Há questões em que o próprio Legislativo pode otimizar os seus textos, mas, quando isso não acontece, a intervenção do Judiciário nesse caso não quer dizer que há intervenção direta de um poder”, explicou o advogado.

“O Supremo Tribunal Federal, quando decide sobre a legalidade ou a constitucionalidade de um texto, cumpre também o seu papel, da mesma forma que o legislador pretendeu ao legislar sobre determinado assunto. Há também, algumas vezes, uma incompreensão da sociedade brasileira sobre algo que pode ser simplesmente explicado no momento em que se entende o papel efetivo delineado na Constituição e designado a cada poder.”

Clique aqui para assistir à entrevista ou veja abaixo:

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