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Revolução de 1932 forçou Getúlio Vargas a convocar Assembleia Constituinte

9 de julho de 2024, 9h59

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Esta terça-feira (9/7) marca o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 no estado de São Paulo. Embora muitas vezes lembrado como uma tentativa dos paulistas de se desligar do resto do país, o movimento armado, na verdade, buscou — e conseguiu — forçar o Governo Provisório do presidente Getúlio Vargas a instalar uma Assembleia Constituinte.

Manifestação na Praça da Sé, em São Paulo, em maio de 1932

As tropas paulistas se mobilizaram dois anos após Vargas chegar ao poder por meio de um golpe de Estado. À época, ele governava sem uma Constituição. O Congresso e as Assembleias Legislativas estaduais e municipais estavam fechados, e o presidente impedia novas eleições presidenciais e nomeava interventores nos estados.

No dia 23 de maio de 1932, durante uma manifestação no centro da cidade de São Paulo, quatro jovens (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) foram mortos por tropas getulistas. A repercussão do episódio levou grupos econômicos e políticos locais a apoiar um levante contra o governo federal.

Novo governador

O dia 9 de julho marcou a adesão de Pedro de Toledo, interventor de Vargas em São Paulo, à causa. Ele rompeu com o governo federal e foi aclamado governador paulista.

O conflito militar que se seguiu foi o maior do país no século 20. O saldo foi de 934 mortos, dos quais 634 eram combatentes paulistas. O Exército Constitucionalista se rendeu no dia 2 de outubro de 1932.

Depois da Revolução, no ano seguinte, o presidente instalou uma Assembleia Constituinte, reabriu o Congresso e convocou eleições gerais. Em 1934, a nova Constituição foi aprovada e promulgada, dando início ao Governo Constitucionalista de Vargas.

Por muito tempo, prevaleceu a versão de que a Revolução Constitucionalista foi um movimento separatista e antinacional, com a ideia de que São Paulo desprezava o restante do país. Na verdade, a revolta em prol de uma Constituição contou com apoio de Mato Grosso, de estados da Região Sul e de partes de Minas Gerais, Bahia e Amazonas.