Golpistas usam informações de processos públicos para enganar advogados e partes
20 de dezembro de 2024, 19h49
Recentemente, têm surgido relatos preocupantes de golpes aplicados por fraudadores que utilizam informações públicas de processos judiciais para ludibriar partes e prejudicar a imagem de escritórios de advocacia.
Com a crescente facilidade de acesso às informações processuais e à comunicação digital, criminosos têm se passado por advogados ou integrantes de escritórios renomados, com abordagens persuasivas e fraudulentas.
Como o golpe acontece?
Os casos mais comuns seguem um roteiro similar:
1º passo: o golpista acessa os dados do processo (nome das partes, valores, estágio processual) através de fontes públicas.
2º passo: ele cria um número falso de WhatsApp, frequentemente com a logomarca e informações do escritório real.
3º passo: em contato direto com a vítima, apresenta uma “oportunidade de acordo” — geralmente muito vantajosa —, mas exige o pagamento antecipado de custas ou honorários via Pix.
4º passo: a vítima, acreditando na oferta, realiza o depósito em uma conta fornecida pelo golpista, que nada tem a ver com o escritório.
Exemplos recentes
Em um caso, um fraudador se passou por integrante de um escritório e ofereceu um acordo fictício à parte autora. Convencida de que receberia 80% do valor pleiteado, a vítima pagou as supostas “custas” via Pix, mas o acordo nunca existiu.
Outro golpe ocorreu em uma execução de honorários sucumbenciais. O fraudador contatou a parte executada oferecendo um desconto “à vista”. Após realizar o pagamento, a executada descobriu que não havia quitado a dívida. O processo prosseguiu, culminando em penhora judicial de seus bens.
Como se proteger?
Para advogados e partes envolvidas em processos, é essencial observar algumas orientações:
Desconfie de contatos informais: mensagens via WhatsApp ou e-mails com propostas de acordos devem ser rigorosamente verificadas.
Verifique a identidade: confirme se o contato está habilitado no processo, seja advogado ou representante da parte. Utilize os números oficiais do escritório ou do profissional.
Acordos devem ser homologados judicialmente: isso garante a segurança jurídica do pagamento e o encerramento do processo.
Nunca faça depósitos em contas não verificadas: o Pix ou conta fornecida deve ser associado diretamente ao escritório ou ao advogado responsável.
Golpes como esses não apenas prejudicam financeiramente as vítimas, mas também afetam a confiança na advocacia e no sistema de Justiça. A orientação é clara: qualquer proposta de acordo ou solicitação de pagamento deve ser tratada com cautela e formalidade.
Confirmar a veracidade das informações com o advogado habilitado e preferir a homologação judicial são passos fundamentais para evitar prejuízos.
A comunidade jurídica deve estar alerta, promovendo a conscientização de clientes e partes. Prevenir é sempre o melhor remédio.
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