Consultor Jurídico

Ícaro Leonardo da Silva: 5G no Brasil

10 de abril de 2022, 6h07

Por Ícaro Leonardo da Silva

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O 5G trará benefícios que vão além da melhora significativa da nossa conexão de internet móvel, visando um futuro com sociedades avançadas, transformação industrial e níveis inimagináveis de experiências para o consumidor.

No Brasil, aconteceu em 4 de novembro de 2021 o leilão por meio do qual as operadoras de celulares obtiveram licenças para utilizar as frequências alocadas para o sistema 5G. Uma vez licenciadas, as operadoras irão adquirir equipamentos de infraestrutura junto aos fornecedores.

 Para entendermos sobre essa liderança tecnológica no 5G, é necessário compreender o processo de evolução que levou a essa nova geração, quem são seus inventores, o que são as patentes essenciais dessa tecnologia. Quando pensamos no 5G, é natural lembrar da referência mais próxima e recente que temos: o 4G, que hoje é parte integral das nossas vidas. Diariamente, boa parte da população usa seus smartphones 4G para ler e-mails e notícias, navegar nas redes sociais, participar de reuniões online e consumir video on demand em aplicativos.

 Com o 5G, isso tudo não apenas continuará possível, mas com velocidades muito mais rápidas, comparáveis às da rede fixa, sendo que utilizadas de forma remota. Um exemplo de como isso vai funcionar na prática é que será possível baixar um filme HD completo para um smartphone em segundos, mesmo que a pessoa esteja em locais de alto congestionamento como um estádio lotado. As promessas dessa nova realidade não param por aí: o 5G é realmente sobre conectar tudo e em qualquer lugar — de forma confiável, sem atrasos — para que as pessoas possam medir, entender e gerenciar tudo em tempo real.

 O 5G partiu de ambições incomparáveis às dos sistemas anteriores. Nos primeiros anos das pesquisas, por volta de 2012, comparou-se o impacto desejado dessa nova tecnologia na indústria e na sociedade ao que, um dia, a eletricidade teve, algo próximo a uma revolução industrial. Com o novo G, podemos imaginar bilhões de dispositivos conectados coletando e distribuindo informação em tempo real no intuito de reduzir acidentes; aplicações que podem salvar vidas graças a conexões sem atrasos e com qualidade garantidas; e linhas de produção tão previsíveis que podem antever interrupções antes que elas ocorram.

 Cada evolução dos Gs nas redes celulares exige pelo menos dez anos, e as inovações são frutos das pesquisas realizadas nas empresas de telecomunicações que investem em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Uma particularidade da indústria móvel é que, em algum momento essas empresas que competem entre si, institutos de pesquisas, operadores e universidades dialogam diretamente sobre quais soluções são as mais promissoras, algo bem peculiar da indústria celular.

 Esse diálogo acontece inicialmente por meio de projetos de pesquisas em colaboração com a comunidade acadêmica científica, em que novas tecnologias são propostas, e após estudos passam a ser candidatas de uma próxima geração.

No caso do 5G, foi no projeto Metis (2012-2015), fomentado pela União Europeia, e composto de 29 membros do setor de telecomunicações liderados pela Ericsson que os primeiros fundamentos do que viria a ser o 5G começaram a ser estabelecidos.

Posteriormente, o no projeto Metis-II estabeleceu-se a sistematizacão inicial, processo que ocorre antes do sistema ser padronizado junto ao 3GPP. Universidades brasileiras, mesmo que indiretamente, também contribuíram na pesquisa acadêmica do 5G, como a Universidade Federal do Ceará, através da cooperação entre o Grupo de Pesquisas em Telecomunicações (GTEL) e a Ericsson, fomentados pela Lei da Informática.