ressarcimento do dano

A pedido do MPF, herdeiro da OAS morto tem espólio bloqueado por juiz

Autor

16 de outubro de 2019, 22h02

Depois da morte do herdeiro da empreiteira OAS César Mata Pires Filho, em julho, o Ministério Público Federal moveu ação civil pública por improbidade contra o espólio dele.

Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook

César, que era réu em outra ação penal com outras 41 pessoas acusadas de crimes contra o patrimônio da Petrobras, pagou fiança em R$ 29 milhões e teve bens apreendidos. O MPF, no entanto, ingressou com ACP apenas contra o empresário.

Os advogados Aloísio Lacerda Medeiros e Gustavo de Oliveira Ribeiro Medeiros, que atuam no caso, pediram a liberação dos bens e valores, já que a morte do réu implica em extinção da punibilidade.

No entanto, o MPF sustentou que "o ressarcimento do dano alcança o espólio e os bens" e que eles deveriam continuar bloqueados até decisão em ação por improbidade administrativa. Segundo o MPF, o valor do dano causado é de mais de R$ 150 milhões.

O juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba, acolheu a pretensão e determinou o bloqueio até o limite de mais de R$ 150 milhões de bens, inclusive o valor da fiança.

O magistrado afirmou que não seria possível condenar o empresário por improbidade administrativa e disse que "eventual responsabilidade do espólio está adstrita à indenização". "O valor teto para este momento cautelar é o dano estimado pelo Ministério Público Federal", entendeu.

Contra a decisão, os advogados pediram à 13ª Vara nesta segunda-feira (14/10) o desbloqueio dos bens. No pedido, eles afirmam que a ação do MPF é "patética e draconiana".

"A pretensão dos acusadores oficiais de impedir à sua família à qualquer custo a liberação dos bens e valores vinculados a esta ação penal mesmo com o seu falecimento é, além de ilegal, desumana e cruel", alegam na petição.

Clique aqui para ler a decisão
Processo: 5052096-40.2019.4.04.7000

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!