Rede quer anular inquérito do STF que apura ameaças a ministros
23 de março de 2019, 15h18
O partido Rede Sustentabilidade pediu que o Supremo Tribunal Federal anule o inquérito aberto pelo ministro Dias Toffoli para apurar ameaças a integrantes da corte.
A ação afirma que ministros “não merecem escapar à censura da opinião pública, visto que optaram livremente por se investir na condição de agentes públicos”. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) não foi distribuída até o momento.
O pedido acontece após Toffoli determinar a abertura de inquérito para apurar a existência de crime na divulgação de notícias fraudulentas e declarações difamatórias aos ministros. O processo será presidido pelo ministro Alexandre de Moraes e correrá sob sigilo.
De acordo com o advogado Danilo Morais, que assina o pedido, o inquérito é visto como uma retaliação ao pedido de abertura da chamada “CPI da Lava Toga”, no Senado. Na ação, a Rede afirma que o inquérito pode ser direcionado contra qualquer pessoa,”jornalistas, parlamentares, membros do governo, membros do Judiciário e Ministério Público, além da cidadania em geral”.
Além disso, critica que o inquérito foi instaurado pelo STF e não pela polícia ou pelo Ministério Público, e que não teve sorteio para o relator, já que Toffoli designou Moraes para a tarefa.
“A própria Suprema Corte estaria a editar, em pleno regime democrático, mecanismo de auspícios análogos ao do famigerado AI-5, dispondo de ferramental para intimidar livremente, como juiz e parte a um só tempo, todo aquele que ousar questionar a adequação moral dos atos de seus membros”, argumenta.
Este não é o primeiro questionamento no STF. Logo após a aberto o inquérito, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e a Cúpula do MPF pediram mais informações sobre a portaria.
Clique aqui para ler a petição.
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