Elegância no bolso

Rabino Henry Sobel é acusado de furtar gravata nos EUA

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29 de março de 2007, 16h04

O presidente da Congregação Israelita Paulista Henry Sobel foi preso na sexta-feira (23/3) em Palm Beach, Flórida, acusado de furtar uma gravata na loja da Louis Vuitton da cidade. Um empregado da loja chamou a polícia após considerar suspeita a atitude do rabino. A informação foi publicada nesta quinta-feira (28/3) pelo jornalista Cláudio Humberto, em sua coluna na internet .

O sistema de vigilância interno mostrou que o rabino pegou a gravata, dobrou-a e deixou a loja de mãos vazias, provavelmente com ela no bolso. Segundo o jornal Palm Beach Daily News , interpelado pela polícia enquanto caminhava pela rua, Sobel negou o furto. Disse que sequer esteve na Louis Vuitton. Mesmo assim se prontificou a pagar pela gravata. Depois concordou que os policiais a retirassem do interior do carro dele. Numa sacola havia mais quatro gravatas Louis Vuitton, Gucci e Giorgio Armani, diz o jornal.

Ainda segundo o jornal americano, Sobel foi levado para uma cela da delegacia de polícia do condado de Palm Beach, onde foi denunciado por roubo de loja. As gravatas valem U$ 680. Ele pagou US$ 3 mil de fiança e foi liberado no sábado.

A Congregação Israelita Paulista, da qual o rabino é presidente, informou que não tem conhecimento do caso. Sobel notabilizou-se no Brasil pelo seu corajoso trabalho em defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar. Em parceria com outros religiosos, o rabino promoveu diversos atos ecumênicos em solidariedade aos perseguidos pelo regime militar que durou de 1964 a 1984.

Sobel nasceu em Lisboa, Portugal, mas migrou na infância para os Estados Unidos. Embora viva há mais de 30 anos no Brasil, o rabino tem como carcterística marcante seu forte sotaque inglês.

Junto ao arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns, e ao pastor presbiteriano Jaime Wright, participou de maneira destacada no projeto secreto de reunir toda a documentação sobre a repressão empreendida pela ditadura militar brasileira, que resultou em 1985 na publicação do livro “Brasil: Nunca Mais” — um marco na história dos direitos humanos no país. No livro, a tortura e os torturadores são expostos com base no farto material reunido.

Este tipo de delito já levou personalidades famosas às páginas policiais dos jornais americanos. A tenista Jennifer Capriati, que chegou a numero 1 do mundo em sua especialidade, e a atriz Wynona Ryder são apenas duas celebridades já presas por se apropriar de mercadorias no supermercado como se delas fossem.

Um ex-presidente da Eletrobras, certa vez, foi expulso de um hotel no Sul do país ao ser flagrado com as baixelas de prata do serviço de quarto ocultas em sua mala. Um integrante da seleção brasileira de judô, nas Olimpíadas de Montreal, foi detido ao sair de uma loja da vila olímpica com produtos sem pagar em sua bolsa.

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