Missão do profissional

Acrimesp repudia divulgação de nomes de advogados investigados

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9 de junho de 2006, 13h49

Em nota à imprensa, a Acrimesp — Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo manifestou repúdio à divulgação dos nomes de 33 advogados supostamente ligados a membros da facção criminosa PCC — Primeiro Comando da Capital.

O presidente do Conselho da Acrimesp, Ademar Gomes, defendeu que “não se pode divulgar nomes de profissionais pelo simples fato de advogarem para pessoas envolvidas no crime, colocando o profissional sob suspeição perante a sociedade e seus familiares. O direito à defesa é norma constitucional e todos respondem a qualquer tipo de processo têm direito a um advogado”.

Na quinta-feira (8/6), o presidente da seccional paulista da OAB, Luiz Flávio Borges D´Urso, encaminhou a lista de advogados ao Tribunal de Ética e Disciplina da entidade, mas decretou o sigilo do conteúdo.

Ademar Gomes afirmou que, em caso de forte evidência de envolvimento de advogados com crimes, a Comissão de Ética da OAB deve investigar. “Mas não se pode acusar o advogado que está cumprindo a sua missão, prevista constitucionalmente.”

Inicialmente, a lista foi apresentada pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE) ao presidente nacional da OAB, Roberto Busato, durante reunião com a CPI do Tráfico de Armas. Busato, por sua vez, encaminhou a relação à OAB de São Paulo e solicitou a abertura de representação.

Os dados foram fornecidos pelo Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e mostram a relação de visitas supostamente feitas por esses 33 advogados a integrantes do PCC em presídios de São Paulo. De acordo com o documento, uma advogada tem 106 visitas registradas a detentos que fazem parte da facção criminosa. Em apenas um dia (22 de fevereiro deste ano), essa mesma profissional teria visitado seis presos diferentes.

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